sexta-feira, 2 de maio de 2008

A melhor explicação que já vi para o porquê dizerem tanto que nunca haverá outro Pelé foi dada por Paulo Vinicius Coelho. Segue trecho de uma matéria da Piauí de fevereiro:

"PVC sustenta que, com a televisão, a epopéia chegou ao fim. "Aquele grande jogador cujas jogadas geniais você só conhecia pelas descrições e não pelo olho, isso acabou". Numa crônica para o Lance, escreveu "Os ídolos eram exaltados em suas qualidades, porque os defeitos não estavam escancarados todos os dias. Não há Deus que resiista à superexposição da sua condição humana." É como se os jogadores do passado fossem essencialmente atores de teatro, e os novos, astros do cinema. Quem ia ao espetáculo teatral via algo fugaz, que desparecia, e a beleza estava aí, pois permitia a fabulação. Com o ator de cinema, isso acaba. A jogada fica registrada para sempre e eventualmente não resistirá ao teste da realidade. O grande Rivaldo com sua fala difícil, sua falta de carisma, morreu pelo cinema. "Na época do Nelson Rodrigues, ele seria um mito", observa PVC."

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