quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Viagem a Darjeeling (2007) - 9.3

Dá vontade de ver de novo só para ficar observando os detalhes que não encontrei na primeira vez. Filme bem-feito da porra. Fazendo troça do que há de mais sério no mundo, como todo bom humor, já nos disse Millôr.
Terminei ontem “A marca humana” de Philip Roth. É bom, te prende, são 450 páginas que li numa semana que fazia várias coisas para a faculdade. Porém, enquanto lia, achava a história forçada demais. Os acontecimentos ali narrados se iniciam com o seguinte episódio: Coleman Silk, professor de línguas clássicas numa faculdade da Nova Inglaterra chamada Athenas, ao fazer chamada para uma de suas aulas, já lá para o meio do semestre, nota que dois dos nomes na lista nunca apareciam em sala de aula e faz então a pergunta fatal: “Alguém conhece essas pessoas? Elas existem mesmo ou será que são spooks?” Spooks, termo intraduzível, tem dois significados: espectro, aparição ou então uma gíria antiga para designar os negros. Assim, a frase talvez quisesse insinuar (se a deformamos um pouquinho, como sempre podemos deformar as palavras que foram ditas): eles são estudantes mesmo ou são esses negros que passam com cotas e depois não agüentam o ritmo da universidade? Ocorre que os dois alunos em questão são negros, ficam sabendo do caso e movem uma ação universitária por conta do ocorrido. Os outros professores preferem não interferir no caso, ou então apoiam explicitamente os alunos, seja porque pegaria mal ajudar alguém acusado de racismo, seja por razões meramente políticas, e tudo acaba se caminhando para uma pequena tragédia. Enfim, achava que esse começo era meio estranho e ninguém poderia de fato ter sérios problemas com essas coisas, ou que tal só ocorreria numa nação tão estranha quanto os Estados Unidos, que isso não tinha nada a ver comigo ou com o Brasil. E então quando já estava quase terminando o livro ocorre isto: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u348819.shtml . Aquela velha história, a vida imita arte. Sim, estou mais uma vez criticando o meu tempo. Estou cansado de vocês, meus contemporaneozinhos medíocres. Blergh!

sábado, 24 de novembro de 2007

O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford (2007) - Nota: 8.1

Excelente texto. Foi o texto, sobretudo, que me impressionou. Depois as imagens muito boas, o ritmo lento e certo das imagens, como se tivéssemos acabado de acordar, as excelentes atuações... E o começo! O começo é fantástico, os primeiro quinze minutos me lembravam Sergio Leone. O clima poético e bandido de Isaac Babel em A cavalaria Vermelha. Mas depois... me lembrou aquele péssimo Estrada para Perdição, com o Tom Hanks, sabe? O filme é longo, muito longo, algumas cenas desnecessárias. O ritmo lento das cenas ajuda a alongar ainda mais o filme e no fim já se está cansado, querendo que tudo acabe. Mas é bom, não só o começo, o começo é a melhor parte, mas ainda há coisas muito boas ali pelo meio. Vá num dia em que estiver disposto, são três horas, meu amigo, três longas horas dessa mistura de Era uma vez no Oeste e Estrada para Perdição. Mas o fim, meu Deus, que fim ruim. Não propriamente o fim, mas o prólogo. Consegue ganhar do último Senhor dos Anéis, de arrastado e bobo. E não te convence. Você fica pensando o porquê dessa revolta toda com a morte de Jesse James, do arrependimento de Robert Ford, de seu irmão, aquelas cenas maçantes no teatro; é tudo absolutamente ininteligível (pelo menos para mim que não conheço Jesse James), não convence. Nada ali convence. Não se precisava daquilo, os vinte trinta minutos finais. Jesse James morreu, levante-se, saia do cinema e consiga salvar um bom filme.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Hoje fui à PUC do Rio de Janeiro, passeei por sua biblioteca com livros comentando o Evangelho de São Lucas e vi um quadro com os horários das matérias do curso de teologia, com disciplinas sobre a Epístola aos Hebreus, seminários sobre os prenúncios do Novo Testamento no Antigo, estudos sobre o Concílio de Trento, sobre a questão da Santíssima Trindade e fiquei imaginando que teologia deve ser um curso legal. Sim, falta um parafuso na minha cabeça, nem sou cristão nem nada, porque iria querer aprender essas coisas? Não sei, mas é fato que há um tempo me interesso por isso. Gosto, porém, apenas do catolicismo roots, mais conservador possível, do tipo que acha que mulher de mini-saia é melhor que mulher de calça (eu também acho, mas creio ser por motivos diferentes), que diz que fora da Igreja não há salvação, que defende a Inquisição e as Cruzadas. Lembro agora de Mencken, ateu militante, analisando porque tanta gente inteligente acreditava em algo tão evidentemente falso. Ele concentra a sua atenção no catolicismo e conclui que é por conta da beleza desta religião. Confessava, por exemplo, sentir um certo prazer estético, mas nada místico, ao assistir uma missa. Mencken, porém, escreveu nos anos 20 e 30, período pré-Vaticano II. Já a minha geração cresceu vendo missa com palmas, ondas mexicanas, musiquinhas tocadas em pianos toscos, a melodia com um certo quê de axé music, com padres fazendo sermão sobre como devemos ter cuidados no trânsito ou como os Sem-Terras são o Novo-Povo-Escolhido-De-Deus. Não há cristão que agüente! É absolutamente impossível ser católico nos dias de hoje. Missa em latim com o padre virado de costas deve ser muito mais interessante e bonito, ou pelo menos mais misterioso e charmoso. Estimulo o catolicismo, como ficou claro aí no post sobre vegetarianismo, como está ficando claro neste post. Acho um erro bonito e como nessa vida só o erro é possível, errar bonito já é uma coisa e tanto. Por isso fiquei feliz com o Motu Proprio de Bento XVI. Provavelmente, por achar o catolicismo bonito queria estudá-lo também. Há muito mais beleza em São Tomás que em Spinoza e muito mais beleza em Spinoza que em Nietzsche. E, por Deus!, beleza não é coisa pouca, quantas vezes fui tentado a crer em São Tomás só porque era tão bonito. Mas o cristianismo é um erro, claro. Não faz sentido. Se Deus queria se revelar porque não o fez de maneira aberta, clara e inequívoca? Se não revelou de maneira aberta, clara e inequívoca, com que critérios ele espera que nós escolhamos a religião certa? Com que critérios espera ser justo ao punir uma criatura por não ter adivinhado a religião verdadeira? Alguém que pesquise sinceramente sobre o assunto e não chegue à conclusão alguma seria mais culpável que alguém que nunca pesquisou sobre tal, mas teve a sorte de nascer numa família com a religião certa e seguí-la irrefletidamente? Quando vejo um cristão se defendendo de argumentos dos agnósticos e dos ateus sempre imagino Deus como uma dançarina erótica no seu jogo exasperante de mostrar-e-esconder-mostrar-e-esconder. Seria a vida um strip-tease de Deus? Não faz sentido. Nietzsche e Spinoza fazem. Claro, você pode ser um católico light, que não crê que a descrença nos leva ao inferno. Mas aí já não estamos no catolicismo roots, tomista, que é o mais bonito de todos e então não tem mais graça.

domingo, 18 de novembro de 2007

As mulheres bonitas, na maioria das vezes, são mais inteligentes que as normais ou as feias. Porém, como não recebem nenhum tipo de descriminação, como todos os homens as escutam benevolentes, prestando muita atenção, rindo de qualquer besteira que falem, elas, coitadas, não conseguem formular nenhuma distinção entre aquilo que vale a pena ser dito e o que não vale. São capazes de falar durante horas sobre, sei lá, os cachorros delas, sem desconfiar do quão caceteado estamos. Não importa o quão inteligentes elas são, suas conversas são sempre maçantes e provocam dores nos músculos que nos fazem sorrir.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Para que vocês tenham idéia do meu sofrimento

Quarta-feira última, aula de Deleuze e Bergson:

Professor: “É preciso ir buscar o impensável do pensamento” – olhos arregalados, expressão de quem está extasiado com suas próprias palavras – “compreende?”

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

A independência do Brasil tem sido interpretada de duas maneiras: 1) Um acontecimento heróico e grandioso, dia mais importante e decisivo do país, conquista da liberdade, etc; 2) Uma barganha vergonhosa que não passou de um jogo de encenação, que deveríamos ter lutado para nos tornarmos mais independentes, etc. Ninguém, contundo, parece ter atentado para a interpretação mais óbvia: a independência do Brasil foi uma simples e grande burrada. Seria muito melhor se tivéssemos continuado colônia de Portugal por muito tempo ainda, ter se libertado só lá pelo meio do século XX ou mais tarde ainda. Talvez ainda devêssemos ser colônia. A verdade é que Portugal é um país bem chinfrim, uma metrópole das mais medíocres e trezentos anos não bastaram para nos civilizar. Porém, nossos vizinhos latinos americanos se libertaram antes da hora e decidimos fazer o mesmo, só para não nos passarmos por frouxos ou incapazes. Não tínhamos, entretanto, instituições ou qualquer experiência de autogoverno. Quando da independência, não interessava à nova classe governante criar instituições e leis. Era melhor deixar tudo correr ao gosto de destino, ficar atento e saber entrar no ritmo se aproveitando ao máximo das ocasiões. Esta é a nossa tradição, nossa filosofia política. Contudo, mimetizando as formas antigas e estrangeiras de governo, criamos as tais instituições e leis, apenas pro-forma, claro. Ninguém se lembra delas no decorrer dos anos e, ainda assim, basta que haja algum interesse para as trocarmos, o que ocorre no mais tardar em intervalos de 20 em 20 anos. Ainda não entendemos o que é o governo, a democracia, a liberdade, a cidadania e estamos longe de formular qualquer tipo de pensamento ou projeto quer político ou nacional.

Gabriel, um colega meu dos tempos de escola, dizia que, se presidente do Brasil, suas duas primeiras ações seriam 1) dissolver o exército brasileiro 2) declarar guerra aos Estados Unidos. Seu objetivo era que os norte-americanos conquistassem o nosso território com o menor custo possível de vidas humanas. Acho que uns cem anos como colônia dos Estados Unidos devem bastar. Sim, devemos engolir o nosso orgulho e reconhecer que este é o plano político tupiniquim mais sensato, ou melhor, o nosso único plano político sensato.

Gabriel, você tem um eleitor.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Tenho alguns colegas vegetarianos, mas nunca cheguei a ser amigo de um. O máximo que consegui foi me tornar amigo de ex-vegetarianos que largaram mão de frescura. É fácil entender o porquê. Se eu fosse um vegetariano ético, se acreditasse que comer um animal é tão errado quanto comer um ser humano, nem cumprimentaria um carnívoro como eu.
Seria mais ou menos como cumprimentar um canibal. Quer dizer, cumprimentar um canibal envolve certo risco de vida que não existe na relação vegetariano – carnívoro. Seria então como cumprimentar um canibal que jura só comer carne de japonês, por ser mais saborosa. Não dá para encarar como simples exotismo. Isto é monstruoso e ponto.

Aulinhas de inglês, vocês sabem, aquele papo furado todo. Há quatro ou três anos tive uma aula em que fomos estimulados a fazer um debate sobre vegetarianismo. Apresentei como argumento que the meat is so delicious that would be a stupidity not to eat it. Mas não aceitaram o argumento, não sei porquê. Ora, acho que a carne de certos animais é tão gostosa que o prazer que ela me proporcionará é maior do que o valor da vida do animal em questão.

Sim, dou pouco valor à vida dos animais. Sou um especicista irremediável. Mas valorizo um pouquinho sim. Lembro de um jantar onde, já satisfeito, queria jogar fora uns pedaços de carne que sobraram no meu prato. Meu pai, porém, me proibiu. Disse que um animal morreu para que eu me alimentasse dele e eu agora jogaria sua carne fora, desprezaria o seu sacrifício. Bem, talvez ele só estivesse puto por eu querer desperdiçar a parte mais cara da janta. Anyway, aceitei o argumento e levo-o no coração até hoje.

Agora me deixem desvalorizar a vida animal um pouco. Um dos livros que mais me marcou foi “A vigésima quinta hora” de Virgil Gheorghiu. Chama-se assim, pois o autor entende que estamos na vigésima quinta hora do dia, ou seja, o dia já acabou, não há nada a fazer além de assistir e chorar. Por aí você imagina o tom apocalíptico do livro. Ele foi escrito em 1949 mas a história do livro só vai acabar em 1951, com o início de uma terceira guerra mundial. Em certo momento o autor explica seu pessimismo: a civilização estaria apoiada sobre três colunas: o amor à verdade herdado dos gregos, o governo sob leis herdado dos romanos e a valorização incondicional da vida humana herdada do cristianismo. A história do século XX foi a ruína destes três pilares e conseqüentemente da civilização. Sempre que penso nisso não posso deixar de concordar com o autor. E é aí que começo minha crítica ao vegetarianismo. Ele é um efeito colateral da desvalorização da vida humana. Ele inexiste em períodos de saúde da civilização. Se disséssemos a alguém do século XVII que matar uma galinha equivaleria a matar um ser humano ele riria, porque esta é a única coisa sensata a se fazer diante de tal declaração. Os vegetarianos talvez se defenderão dizendo que não se trata de uma desvalorização da vida humana, mas de uma valorização da vida animal. Besteira. A vida animal não vale muita coisa. Os animais são pura natureza e a morte faz parte da natureza. Ninguém sofre com a morte de um animal. No entanto, se o jornal noticia o assassinato de um homem que nunca vimos mais gordo temos um evento lamentável. Reconhecemos no homem algo superior, que não deveria morrer. Esse algo maior não está na natureza, não está nos animais. É essa crença em algo maior que chamo, com Gheorghiu, creio eu, de valorização incondicional da vida humana. Não venha querer transferir essa valorização para a vida animal: é simplesmente forçar a barra. Ninguém sensato lamenta o veado capturado pelo leão, porque isso é natural. No entanto, todos lamentariam um ser humano capturado por um leão, ainda que tal seja também natural. A resposta, como já apontei, é que o lamentável aqui está num outro plano que o natural, plano esse em que os animais ficam do lado de fora, chupando o dedo da pata. O que os vegetarianos fazem ao dizer que devemos parar de comer carne é algo como “nós seres humanos não valemos mais que os animais, logo, visto que não nos matamos, não os devemos matar”. O problema é que se você tira o valor incondicional da vida humana, a conseqüência lógica não é o vegetarianismo, mas a legitimação do assassinato.

Há ainda outro ponto: imaginamos que todos os leões do mundo parem de comer carne. Isso acarretaria no aumento de número de zebras e veados e, provavelmente, num decorrente desequilíbrio ecológico. Agora imaginem se 6.000.000.000 de pessoas parassem de comer carne. Iria ser o caos ecológico absoluto. A morte dos animais para alimentação sempre esteve entranhada no equilíbrio ecológico do planeta, e a nossa alimentação não está de maneira alguma excluída desse processo.

E ainda temos o problema econômico: milhões de trabalhos estão ligados diretamente no consumo de carne.

Enfim, como meu bife com prazer e em paz com a consciência.

sábado, 10 de novembro de 2007

Uma verdade metafísica

Deus não tem modos.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Lula deu umas entrevistas por esses dias e, obviamente, falou besteiras do tipo “gás gaseificado”. Mas o que mais me irrita nas falas do presidente nem é essas bobagens. O que me irrita são frases como: “ Eu penso que o Brasil não pode brincar com uma coisa chamada democracia". Meu Deus! Porque ele não falou simplesmente “Eu penso que o Brasil não pode brincar com a democracia”? Seria uma frase um tanto acaciana, mas, ainda assim, bem menos ridícula. Para que esse “uma coisa chamada” ? Isso é coisa de gente que não lê e acha que intelectualidade é isso, falar complicado, todo pomposo “uma coisa chamada”. Isso é tão ridículo que, por si só, já deveria bastar como motivo de impeachment e perda dos direitos políticos.

E só para registrar:

“O lula é um peemedebista.” Diogo Mainardi.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Edgar, meu orientador, disse que a família Brunswick queria um livro sobre sua história e incubiu Leibniz de escrevê-lo. Eles sustentaram o Leibniz por três anos, durante os quais ele viajou pelo interior da França e Holanda, teoricamente pesquisando a história da respeitável família. Leibniz, porém, escreveu apenas o primeiro de uma série de livros que ele pretendia escrever sobre tal família. Detalhe importante, o livro discorre tão somente sobre a formação geológica do planeta Terra.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Pensem em Guided by Voices, Weezer, Beck, PJ Harvey, Pixies, Sonic Youth, Nirvana, Pavement, Flaming Lips, Superchunk, Smashing Pumpkins, Bjork, Blur.

Agora pensem em Interpol, Strokes, White Stripes, Sigur Rós, Libertines, Kaiser Chiefs, Arcade Fire

É impressão minha ou há uma mudança de perfil entre os músicos das bandas de rock dos anos 90 e as do começo do milênio? Acho que seria amigo dos músicos dos anos 90, mas não do dos anos 2000. Os noventistas eram mais relaxados, vestiam roupas que todo mundo veste e quase não se diferenciavam das pessoas comuns. Não queriam ser um grupo identificável, como são os emos e os rappers hoje, ou já foram os punks e os góticos. Já os bimilenaristas fazem exatamente isso, se vestem de um determinado modo, são uma espécie de emos pretensiosos. Nos anos 90, a pretensão era a última coisa com que os roqueiros queriam estar ligados. Tenho a sensação que os músicos dos anos 90 tocavam por prazer, e os dos anos 2000 tocam por pretensão artística.

Não. Ainda está confuso, deixem-me explicar melhor. Pensem, por exemplo, no Radiohead. Sem dúvida, musicalmente, uma das bandas mais pretensiosas dos anos 90 e 2000. Porém, você olha para o Tom Yorke e ele parece ser um cara gente fina que cumprimenta, ainda que apenas de longe, os fãs na rua. Se eu contasse uma piada meio sem graça para ele tenho a impressão que sorriria por educação. Agora pensem nos Strokes. Os caras tocam um rock garageiro, sem muita pretensão. E, no entanto são muito mais posudos que os músicos do Radiohead. Se contassem uma piada sem graça provavelmente fariam um comentário sarcástico. Enfim, Strokes são rockstars. Dificilmente diríamos o mesmo do Radiohead.

- Mas João Paulo, que importância tem isso? O que importa é se a música é boa ou não.

- Sim, eu sei. É verdade. Foi só um comentário aleatório

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Daniel (pronuncia-se em inglês, please) me indicou este site: http://hps.infolink.com.br/paulofrancis/paulo.htm . Há aí vários artigos de Paulo Francis. Leio que ele lia livros de 600 páginas num dia. Meu primo leu um de 300 numa manhã. Para mim isto é absolutamente impossível. Esses dias li umas 35 páginas de Mann e achei muito. Sim, sou um filisteu semi-analfabeto. O que ocorre? Se não gosto de um livro a leitura se arrasta por motivos óbvios. Mas se gosto, então leio até terminar o capitulo e depois fico andando de um lado para o outro do meu quarto, pensando naquilo, vou na cozinha bebo um gole de água, volto, fico andando, maravilhado. Não consigo continuar a ler até meu êxtase acabar. Acho que é um resquício de epicurismo literário, um modo de se prolongar o prazer, como quem deixa a parte com creme do pão doce por último. Então vou, escuto um cd, como algo, tomo banho, relaxo, volto para a leitura.

Bem, enfim, um post de merda, mas com um link bom. Provavelmente a melhor coisa que já fiz neste blog.