segunda-feira, 31 de março de 2008

Hoje não falei uma única palavra. Isto me deixou tão feliz que fiquei com vontade de cantar e cantar e cantar. Mas aí percebi que isto seria um contra-senso. E a melancolia penetrou em meu coração.

terça-feira, 25 de março de 2008

Sou a prova viva de que horóscopo é bobagem. Nasci hoje, junto com o Atlético Mineiro. Logo deveria ter as mesmas características deste: afeminado, feio, mulambento e perdedor. E no entanto sou lindo, gostosão, sexy, malemolente, másculo e, acima de tudo, um homem de sucesso.

Ps. Aceito presentes atrasados, não se envergonhem por isso.

domingo, 23 de março de 2008

Estava lendo há pouco uma tese de doutorado sobre Leibniz. Gente, prenda a respiração aí, é preciso falar um pouquinho de filosofia para que o post se torne inteligível.

É o seguinte, num dado momento, Leibniz deseja reduzir a proposição “Páris ama Helena” a proposições na fórmula “sujeito é predicado”, pois crê que a fundamentação metafísica de toda proposição (e assim as suas condições de verdade) fica explicitada em tal forma lógico-gramatical. Pois bem, então “Páris ama Helena” se tornaria “Páris é amante eo ipso Helena é amada”. A dificuldade é entender que desgrama significa eo ispo (este texto de Leibniz está em latim). A autora da tese então analisa algumas possibilidades, entre elas a de equivalência: “Páris é amante” poderia ser sempre trocado pelo termo “Helena é amada” e o valor de verdade das proposições não se alterariam. Porém tal solução não é satisfatória. Por exemplo, poderíamos imaginar uma outra proposição “Menelau ama Helena” e então teríamos “Páris é amante” = “Helena é amada” e também “Menelau é amante” = “Helena é amada”, pelo que, poderíamos dizer, por comutação, “Páris é amante” = “Menelau é amante”, o quê, diz a autora, é falso, concluindo-se assim que eo ipso não seria uma relação de equivalência.

E então o que minha mente produziu? Algum insight filosófico-metafísico ou ao menos interpretativo? Não, o que pensei imediatamente depois de ler isto foi que se Night Shyamalan tivesse filmado Tróia ao invés de Wolfgang Petersen, este seria um final possível. Fiquei imaginando a cena em que o pobre Menelau, já no fim do filme, à luz de uma fogueira, à noite, enquanto discutia táticas com Agamenon e Odisseu, pergunta como eles iriam proteger Helena enquanto invadiam Tróia, e então, finalmente, Menelau perceberia a verdade: ele e Páris são uma e a mesma pessoa! Atordoado, Menelau caminharia para trás, sem olhar onde estava indo, tropeçando nas ondas do mar Egeu, enquanto isso se mostrava flashes do duelo do Canto III: ele teria lutava sozinho, contra ninguém, sua espada cortava apenas o ar, enquanto isso aqueus e troianos olhavam assustados com o que estava acontecendo, cochichando “o que se passa? o que se passa?” e de repente mostra Menelau num acesso de fúria gritando “Paris, você é um covarde! Você fugiu!”, e os outros soldados continuariam cochichando: “Quem é Páris?” e também “é a guerra, esta maldita guerra de dez anos, está deixando-nos todos loucos”. Então tudo se esclareceria: e Helena? Cadê ela? Se Menelau e Páris é o mesmo então Helena nunca estaria em Tróia. Ora, convenhamos, uma guerra de dez anos envolvendo milhares de soldados por conta de uma mulher foi algo que sempre soou estranho. O rapto de Helena funcionaria como aquele episódio obscuro que no final se esclarece: a sua mulher estaria na Lacedemônia, sempre esteve, onde mais ela estaria? Ou então ela teria morrido, talvez até por culpa ou negligência de Menelau. “Sim, essa guerra não tem nada a ver com Helena! Como teria? Aí, Zeus! Como foi eu não percebi isto antes? É o petróleo! É o maldito petróleo a causa de tudo isto!” Menelau enlouquece, investe contra Agamenon que o imobiliza e manda prendê-lo. Na manhã seguinte Agamenon em meio a batalhas vai visitar o irmão preso, ele já está melhor, mais calmo, pede desculpas por tudo. E então as explicações psicológicas: a confusão de dois objetos muito queridos como o fim da guerra e a mulher amada, ou então a guerra como fuga para uma culpa passada.

Acho que ficaria mais legal que a Tróia de Petersen. Se for para desfigurar a história original que a desfiguremos direito.

sábado, 22 de março de 2008

O esquerdismo é a nova religião, o Estado o novo Deus e eu sou um herege. Quantas e quantas vezes estou de bobeira no ônibus ou conversando com um amigo ou amigo de um amigo e então um esquerdismo qualquer é lançado - “porque a desigualdade social é a verdadeira causa do crime”; “Quem os EUA pensam que são?”; – e fico ali sem saber o que dizer. Me sinto um pouco como um ateu no século XIII, época em que as pessoas davam graças a Deus porque a galinha botou ovo, tenho de ouvir tais exclamações e fazer aquela cara de paisagem.

Continuando o post anterior dou mais um exemplo bizarro de estado-dependência atual. Na época do referendo sobre o desarmamento, os pró-sim diziam que eu não devia ter armas pois minha segurança era dever do estado. Ou seja, o estado é o novo deus não só porque fazem dele um novo norte moral, mas porque lhe conferem superpoderes. Explico, eles defendem que o problema da violência existe pois o estado ainda não atingiu a perfeição. Assim, a política contra violência deveria seguir por dois caminhos: me proibir de ter armas e o aperfeiçoamento do estado. Caso as duas se cumprissem, pronto, não haveria com que me preocupar.

Cadê o senso de realidade das pessoas? Posso, por exemplo, esconder uma faca na minha bermuda, ir a rua e cortar o pescoço do primeiro distraído que me der às costas. O que o Estado pode fazer contra isso? O estado não tem superpoderes, lamento lhes informar e ainda que tivéssemos uma polícia exemplar os crimes continuariam ocorrendo – numa escala bem menor, é verdade – e caso ocorressem comigo teria o direito de me defender.

Mas isso fica ainda mais absurdo. Cheguei a ouvir pessoas que defendem que não, eu não tenho direito de me defender, só o Estado pode. Se um assassino quiser me matar devo resignar-me à vontade inescrutável do Estado. Daqui a pouco haverá pessoas formulando uma estadodicéia: como um Estado sumamente bom pode permitir a injustiça no mundo?

Caramba, se algo é bom então deve existir, seja pela ação do estado ou das pessoas. Se a proteção da minha vida é algo bom, que importa se foi produzida pelo estado ou por mim? Ninguém deveria temer uma boa ação só porque ela não nasce do Estado. Aliás, evitar o monopólio do Bem pelo Estado foi a lição mais assustadora que o século XX nos forneceu. (Isto me faz lembrar um caso relatado por Soljenitsin que cito de cabeça: no auge do stalinismo, em meio a uma daquelas fomes nacionais provocadas pela ineficiência natural de uma economia altamente centralizada, um grupo de mulheres resolveu distribuir comida às regiões russas mais açoitadas pela fome. Algum tempo depois o grupo foi disperso, as principais líderes presas – o estado não poderia aceitar que o bem se fizesse pelas mãos erradas).

quinta-feira, 20 de março de 2008

Um dos principais problemas que surgiu com o século XX é a estado-dependência, as pessoas precisam do estado para tudo. Hoje em dia, qualquer problema que ocorra haverá alguém perguntando “como o estado poderá resolver?”

Sinto que há algo de cruel no que vou escrever. Se vocês acharem cruel depois me digam o que é. Também tenho em mim algo de bárbaro. Ninguém nasce, cresce e vive num país sul-americano impunemente. Mas é o que realmente penso no momento.

Vi agora pouco no telejornal a história de uma francesa com um tipo raro de tumor facial, incurável, que lhe causava terríveis dores, desfigurava completamente o seu rosto, além de, possivelmente (as imagens me sugeriram isso), tê-la deixado cega ou parcialmente cega. Ela pediu ao estado francês uma autorização para eutanásia que foi recusada e se matou dois dias depois.

O meu ponto é: por que ela não se matou logo de uma vez? Por que ela agora iria precisar da legitimação ou ajuda do estado para se matar? Qual o problema com as pessoas? Será que o Estado terá agora que ajudar os outros a se matarem? Será que é desejável que o estado possua um órgão que julgue quais casos de eutanásia são legítimos e quais não são? Meu Deus, será que as pessoas já estão tão estado-dependentes que não podem nem mesmo se matarem sozinhas?

quarta-feira, 19 de março de 2008

Vamos ver se assim pego alguém

1905. O estudante de física Charles B. Rice estava sentado em frente a sua pequena escrivaninha, a cabeça entre as duas mãos, seus dedos entre seus lisos fios de cabelo, perplexo diante de um papel. Já fazia 12 dias que ele não encostava a sua caneta nem nesse papel nem em nenhum outro. Não havia mais tempo para desculpas e aferições. Era preciso encarar o seu professor.
Na parte de baixo desse papel estava escrita a seguinte equação que concluía todas as contas anteriores:

S.i + t.oIo = √ i – ( 1-k)

Este post é sobre essa equação. Essa equação e toda a mudança que ela causou e causará não só no mundo da física e da ciência em geral, mas também na vida de pessoas comuns que nada entendem e nem querem entender do mundo mágico da física.
Bem, se você parou os seus olhos por ao menos um segundo nessa equação, que depois ficou conhecida como a “equação de Rice”, deve estar se perguntando a mesma coisa que perguntava o doutor em física temporal Shoockius, orientador de Rice, naquela trágica manhã de 13 de setembro:
- Que diabos quer dizer isso daqui? – perguntava Schoockius apontando para o símbolo "oIo"
Oh! Pobre Rice! Sem dúvida teria sido um cientista brilhante. Porém, um destino trágico o espera a poucas linhas. Rice conseguiu sua bolsa de estudos depois que Schoockius a pediu ao departamento de sua faculdade quando demonstrou que suas experiências e equações apontavam para o fato de a concepção clássica de espaço e tempo newtonianos, bem aceita a ponto de ser tida como óbvia e indiscutível, estaria equivocada. Rice, que acima de tudo demonstrava enorme facilidade para complicados cálculos matemáticos, foi o escolhido para tentar isolar a variável t (de tempo, obviamente) da gigantesca equação inicial.
Schoockius não conseguia esconder a sua cara de espanto enquanto ouvia a explicação de seu aluno:
- Trata-ta-ta-se de um pinto. Não se-sei como como ele se enfiou-ou aí nessa equaçção. Ma-ma-mas professor... o fato é que ele de repente apareceu aí. É um resultado lógico decorrente de uma análise minun-nun-nunciosa. Eu não posso fazer nada.
Rice tinha motivos para ficar tão nervoso. Schoockius era conhecido por ser um brilhante cientista, altamente influente no mundo acadêmico. E também por ter um gênio terrível. Contavam-se histórias de que ele já teria batido na cara de alguns de seus alunos. E algumas dessas histórias eram verídicas. A expressão de Schoockius variou entre o espantado, o furioso e o de uma indiferença provocada pela descrença. Rice dependia diretamente da bolsa, vinha de família pobre e o seu pai, um comunista ignorante e orgulhoso, não aceitava o fato de seu filho desejar uma outra vida que a de um proletário. Depois de uma discussão, ele passou a não dar mais nenhum tostão para Rice, que a partir de então se viu obrigado a andar sete quilômetros até a faculdade todos os dias. Aquela bolsa havia caído do céu, sem ela Rice sabia que teria sido impossível continuar estudando.
Schookius sabia de tudo isso. E por essa razão disse num sorriso sarcástico enquanto balançava a cabeça:
-Você é mesmo um idiota.
Schoockius não sentiu dó. Sabia do potencial de Rice, mas diante de tanta idiotice fez aquilo que considerava a única coisa possível de ser feita: o desligamento de Rice de sua bolsa de pesquisa.
Rice suicidou-se três semanas depois.
O destino, porém, não foi tão injusto com a memória de Rice. Chegado dezembro do ano de 1905 Schoockius retomou pessoalmente a pesquisa interrompida pelo afastamento do bolsista Rice e, adivinhem só, chegou a mesma conclusão deste: de fato, havia um pênis na equação.
Schoockius procurou retomar o contato com Rice. Apesar de seu gênio difícil, Schoockius não era exatamente um homem orgulhoso. Estava decidido a implorar por desculpas e pagar Rice do seu próprio bolso para que este continuasse a pesquisa, uma vez que sua bolsa já havia sido cancelada. Sentia, corretamente, que tinha nas suas mãos algo decisivo, que mudaria para sempre o rumo da ciência. Schoockius queria, mais do que tudo, aprender com o seu rejeitado pupilo. Informado pela mãe de Rice do triste fim do garoto, Schoockius saiu aturdido da casa de seu ex-aluno. Ele publicou então os resultados de suas pesquisas e desligou-se do departamento, vindo a trabalhar nas mais diversas profissões.

Matemáticos, físicos e lógicos do mundo inteiro foram chamados para tentarem resolver o problema. Greenwood, famoso por suas descobertas no campo da matemática improvável, foi o primeiro a validar a bizarra equação de Rice. Empolgadíssimo, iniciou seus estudos nessa nova área. Conta-se que seu empenho foi tão absurdo que ele passou dois meses e meio trancado, comendo e dormindo no seu gabinete em Boston, abandonando temporariamente o seu lar.
Greenwood trabalhava com duas hipóteses. A primeira era de que se tratava de todos os pênis de todos os homens de todos os tempos. A segunda era de que o pênis da equação representava o conceito universal de pênis, uma espécie de “penidade”. Sócrates depois de sair da caverna chamado pela brilhante e bela luz do sol do Mundo Real, depois de acostumar a sua vista com tamanha claridade, e de se maravilhar com o Mundo Real, o Mundo das Idéias e dos Conceitos, percebeu escondido atrás de uma Idéia de Árvore, a idéia do Pênis. O Pênis em-si. O pênis enquanto ente. Depois daquilo, Sócrates nunca mais quis saber de Alcebíades, pronunciando, dias a frente, o seu famoso discurso no Banquete. Era tal Pênis que estaria representado na equação.
Peyrere foi um outro acadêmico importante deste período envolvido na questão. Ele trabalhava com a hipótese de que o pênis da equação era o pirulito do próprio espaço-tempo. Mesmo tendo ele próprio abandonado essa hipótese já no fim de 1908, seu trabalho principal sobre o tema “General appointments about the life and death of the Space-Time´s Penis” é altamente influente até os dias de hoje. Nele estava desenvolvida a tese de que o tal Space-Time´s Penis estava para morrer.
Quase todos os cientistas riram desse trabalho de Peyrere. A idéia de um pênis do espaço-tempo era tão absurda que o detalhe da morte eminente de tal pênis passou desapercebido. Foram ignoradas as várias provas físicas e matemáticas levantadas por tal cientista, que demonstravam realmente o fim próximo do Pênis Espaço-Temporal, seja lá o que isso fosse ou acarretasse.
Quase todos os cientistas riram.
Michel Cappel, até então um desconhecido lógico-urologista, apontou a direção para onde todos iriam seguir: tratava-se de um pênis individual. Ao ler o pequeno artigo de Cappel sobre o assunto, um click estala na cabeça atormentada do pobre Greenwood. A partir de várias equações da qual o estudo anterior lhe foi muito útil, Greenwood chegou às datas de nascimento e morte do pênis em questão: 25/03/1983 e 28/11/2042. O ano era 1907 e levou cerca de quinze anos até que as idéias de Greenwood fossem aceitas pela maioria dos cientistas.

Bem, aqui estamos: dezenove de março de 2008, o dia da Revelação. Quem vos fala é João Paulo de Oliveira Teixeira, o homem que carrega entre as pernas o Pênis Espaço-Temporal. Morrerei em breve, 2042 é logo ali. Não se sabe o que ocorrerá então. O mais provável, segundo os cientistas, é que o universo desintegre juntamente com meu pênis. Lamento. Vocês podem não acreditar, mas é triste carregar consigo tamanha responsabilidade. Mas enfim, este não é o ponto. O ponto é este: não percam tempo, garotas: venham conhecer já o Pênis Espaço-Temporal, o único que se escreve com maiúsculas. Utilizem a caixa de comentários, estarei entrando em contato com todas vocês, agendando um horário que nos for conveniente. Até mais, beijos.

terça-feira, 18 de março de 2008

Pobre Chamberlain! tão vilipendiado, e o que foi que ele fez? Em 1938, depois da invasão alemã a Tchecoslováquia, realizou-se a conferência de Munique onde assinou o famigerado Acordo de Munique. Nele a Alemanha se comprometia a parar com suas invasões e o reino Unido comprometia-se a não iniciar uma guerra.

Na chegada de Chamberlain ao Reino Unido, este foi recebido por uma multidão em festa, para quem disse “I believe it is peace in our time” exibindo a todos os papéis do acordo. Compreensível o comportamento dele e do povo. A Europa acabava de sair da Primeira Guerra, a Alemanha militarizada apresentava-se como um oponente tão ou mais forte que eles, era natural que se temesse a guerra. Além disso, em 1938 ainda não estavam claras as reais intenções de Hitler, parecia realmente possível deter a guerra com tal acordo. Muito fácil julgar retrospectivamente.

E nós, que desculpa temos? Nenhuma guerra no passado recente, nenhum dos oponentes atuais apresenta-se como uma potência militar... Somos muito piores que Chamberlain. Muito mais covardes, ingênuos e irresponsáveis.

As pessoas parecem não compreenderem ainda nem o real perigo nem a natureza cruel do terrorismo, mesmo depois do Onze de Setembro e dos atentados de Londres e Madrid. Ao invés disso perguntam-se abestalhadas, mas achando-se muito sábias, o que é “terrorismo”? Quando terroristas iraquianos seqüestraram e mataram aquele brasileiro, a família dele clamava daqui “ele é inocente, não tem nada a ver com esta guerra”. Pois é, é disso mesmo que se trata; assassinatos de civis inocentes, alheios à guerra ou à política. Ele não foi uma exceção, um desvio, um erro. Ele foi a regra. Todos nós, os de direita, de centro ou de esquerda, católico, protestantes, judeus, mulçumanos ou ateus, brancos, negros, amarelos, baixinhos, altos, homens, mulheres, idosos, crianças ou recém-nascidos, somos todos alvos em potencial do terrorismo. Basta estar no lugar errado e na hora errada.

Comparei o Irã atual com a Alemanha Nazista e me olharam com espanto “mas como você compara o tal Mahmoud Ahmadinejad com Hitler”? Bem, a diferença principal é a força, mas no resto assemelham-se bastante. A começar pelo anti-semitismo. Ahmadinejad nega o Holocausto, disse várias vezes pretender varrer Israel do mapa e financia grupos terroristas.

“Mas se ele não é tão forte quanto a Alemanha de Hitler, porque fazer uma guerra? Que perigo ele representa? Ao invés de guerra, aumentemos o preço do trigo para o Irã”.

Pobres ingênuos... como disse, não entenderam ainda o terrorismo. Imaginem este presidente com uma bomba nuclear. O Irã, de fato, não representaria nenhum perigo; ainda que com a bomba seria esmagado facilmente por EUA e Europa numa guerra. Mas... e se ao invés de usar tal bomba ele a repassasse aos terroristas? Sim, se ele os financia, por que não faria algo assim? Imaginaram, já, terroristas com armas atômicas? Somos jovens ainda e parece-me inevitável que, se chegarmos aos oitenta, noventa anos, veremos isto acontecer. De minha parte, gostaria que o inferno começasse o mais tarde possível.

Enquanto isso as pessoas estão preocupadas com a transformação do mundo em sauna, inundação das cidades costeiras, pragas tropicais pela Europa e outras profecias do Apocalipse.

Mas fazer o quê, se nossa geração é uma geração de maricas? Só nos resta repetir com Churchil o que ele disse a propósito do Acordo de Munique: “Entre a desonra e a guerra eles escolheram a desonra; e terão a guerra”.


sexta-feira, 14 de março de 2008

Paz, quantos crimes se cometem em seu nome!

terça-feira, 11 de março de 2008

Uma estupidez sem tamanho esses sete novos pecados capitais. Parecem sugeridos por candidatas a miss universo procurando ser politicamente corretas e não por supostos eminentes teólogos com noções básicas de filosofia ética.

Observemos a lista antiga: gula, inveja, preguiça, luxúria, ira, cobiça e orgulho. São paixões que motivam ações (ou inações, no caso da preguiça). As ações motivadas por tais paixões seriam más. É uma lista legal e instigante pois o significado de tais paixões são claros e, ao mesmo tempo, cobrem uma grande gama de ações diferentes que seria impossível esgotar. Eles são específicos e gerais na medida certa.

Agora analisemos os sete novos pecados capitais: Engenharia genética, experimentos em humanos (aqui o alvo principal é a pesquisa com células-troncos), poluir o meio-ambiente, causar injustiça social, pedofilia, tornar-se obscenamente rico, tomar ou traficar drogas (as listas variam e eu não consegui achar um site oficial – em alguns lugares fala-se também do aborto como pecado capital). Esses novos pecados não são paixões ou princípios que guiaria uma ação, mas são as próprias ações e aí está a fraqueza deles. Não é uma lista em que se deduz pecados, mas uma que os aponta. Poderia ser, ao menos, mais específica que a anterior, não deixando nenhum espaço para qualquer ambigüidade, mas nem isso, já que as ações proibidas são condenadas por alto. Por exemplo: o que é tomar drogas? Álcool está proibido então? E o tabaco? E a cafeína? E as drogas médicas, também? Ah, é só as drogas proibidas? Então na Holanda não é pecado? Mas pode isso, algo não ser pecado na Holanda e ser pecado no Brasil? E o que é poluir o meio-ambiente? Se minha cidade não tem um tratamento de esgoto adequado eu sou culpado por isso? Eu deveria parar de cagar? Ou só o prefeito que é culpado? Ou os vereadores também? Eu deveria me mobilizar mais para ser ecologicamente correto? Mas o quanto eu deveria me mobilizar? Usar carro é poluir o meio ambiente? Posso usá-lo quantas vezes por semanas?E soltar puns? E engenharia genética? Como é o esquema? É só se eu for o engenheiro modificando os alimentos ou se eu consumi-lo também? E se eu consumir sem saber? Devo pesquisar antes se o óleo de soja que estou comprando é feito com soja geneticamente modificada? Se eu não pesquisar vou para o inferno? Mas eu tenho que pesquisar quanto? Só olhar a embalagem está bem ou eu tenho que pesquisar na Internet, telefonar, contratar cientistas para examinar o material? E o que é ser obscenamente rico? Quem tem cem mil sobrando é obscenamente rico? E um milhão? E dez milhões? Se eu ganhar dez milhões na mega-sena devo recusar? E o Vaticano, ele não seria obscenamente rico? E o dono da Coca-Cola, deveria dividir a empresa em milhares para deixar de ser obscenamente rico? Mas isto não causaria desemprego e conseqüentemente injustiça social? Aliás, o que é causar injustiça social? A lista é ruim por ser geral demais. E a lista é ruim por ser específica demais também. Como aponta ações e não motivações, dá espaço para ações absurdas que, uma vez não listadas não seriam pecados mortais, e que portanto, seriam O.K. Por exemplo, pedofilia é pecado mortal - mas não tem nada falando sobre cropofilia, certo? Nem sobre necrofilia, zoofilia ou Estupro - tudo liberado, quem cala consente. Da mesma forma, não posso tomar drogas, mas posso, por exemplo, cortar minha mão fora, aliás, posso cortar a sua mão fora. Posso também ser um vândalo, posso ser um hacker, seqüestrador, posso ameaçar os mais fracos, divorciar, posso ver pornografia, aliás, pior, posso ver reality shows... A liberdade é o silêncio das leis.

Puts, sério mesmo, essa lista é muito ruim. Qualquer um com noções básicas de ética pode ver isto. Aliás, até quem as não tem pode ver. Como será que os melhores teólogos e um papa com fama de grande intelectual podem não terem visto isso? É risível, uma piada pronta.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Coisas que só o Rio de Janeiro pode fazer por você


A porção de água assinalada pelo círculo rosa chama-se “Saco Grande”. Nem tudo é perfeito, porém. Melhor ainda seria se a porção de terra assinalada pelo círculo marrom chamasse “Saco Grande” e a outra porção de terra, logo acima, chamasse “Cacetão”.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Não sei por que cargas d’água comecei a pesquisar quem seria hoje o Imperador do Brasil, caso a Proclamação da República nunca tivesse ocorrido, e descobri que há uma questão dinástica brasileira, com brigas e tudo mais. É bem provável que o país tivesse entrado numa guerra civil ali pelos anos 20 para se decidir quem seria o Imperador.
Pois vamos lá, por um lado temos o ramo de Petrópolis. Nele a coroa é passada sempre para o varão primogênito. Assim seria a sucessão dos imperadores por esse ramo:
D. Pedro II – 1841-1891
D. Isabel I 1891 – 1921
D. Pedro (Alcântara)III 1921-1940
D. Pedro (Gastão)IV 1940-2007
D. Pedro V 2007 – 20??
Sucessor: D. Pedro VI
Pelo qual teríamos trocado de imperador o ano passado! D. Pedro V teria hoje 52 anos. Porém, D. Pedro Alcântara renunciou a seus direitos sobre o trono em 1908 para casar-se com uma tal Isabel, que não era tão nobre quanto devia. Seus direitos passam então a D. Luís Maria, seu irmão mais novo que fez um casamento supimpa com uma princesa das Duas Sicílias (a exemplo de seu avô). Este ramo seria o de Vassouras. Ocorre, porém, que D. Luís morre em 1920, um ano antes que sua mãe. O herdeiro direto seria então D. Pedro Henrique (primogênito de D. Luís), que a época da morte de sua avó tinha apenas 12 anos. Com a morte de D. Isabel I e a pouca idade de D. Pedro Henrique, alguns monarquistas começaram a questionar a renúncia de D. Pedro Alcântara e conceder a este a legitimidade do trono. Porém, o próprio D. Pedro Alcântara confirma sua resolução. Mas é claro, se houvesse efetivamente um trono a ser disputado o cenário poderia ser outro...
O mais interessante, porém, é que se D. Pedro Alcântara parecia resignado, o mesmo não se pode dizer de seu filho, D. Pedro Gastão, que nunca se conformou com a renúncia de seu pai. A época da morte de D. Isabel I ele teria apenas 8 anos. É bem provável então que durante a década de 20 o país vivesse sob um período de regência enquanto os dois fedelhos articulassem disputas diplomáticas terríveis nos bastidores. Provavelmente a questão seria definida num duelo de bafão ou bolinha de gude. Mas fico aqui imaginando a cena: D. Pedro Gastão, do alto de seu pônei, com um estilingue no coldre, animando suas tropas enquanto chamava D. Pedro Henrique de bobo, feio e chato. D. Pedro Henrique, por sua vez, vestido de marinheiro, animaria a todos com um simples grito de guerra: “Gentalha! Gentalha! Gentalha!”
Alguns militares chegaram a propor um golpe de estado onde D. Pedro Henrique seria posto novamente no trono, mas ele recusou. D. Pedro Henrique casou-se com uma princesa da Baviera e morreu em 1981. D. Luís, o primogênito, tendo 70 anos hoje, seria o atual imperador do Brasil. Vejamos aí o ramo de Vassouras:
D. Pedro II – 1841-1891
D. Isabel I 1891-1921
D. Pedro (Henrique)III1921-1981
D. Luís I 1981-20??
Sucessão:
D. Bertrand I
D. Antônio I
D. Pedro IV
D. Luís I é solteiro e não tem herdeiros. Na linha de sucessão teríamos D. Bertrand, irmão de D. Luís e também sem filhos, e D. Antônio I, irmão de D. Luís, com filhos, sendo o mais velho D. Pedro Luís.
Há, porém, ainda um terceiro ramo: Saxe-Coburgo e Bragança que defende que, tendo D. Pedro Alcântara renunciado seus direitos ao trono, D. Pedro Augusto, o filho primogênito de D. Leopoldina, que por sua vez é irmã de D. Isabel I e falecida em 1871, é que teria direito ao trono (não me pergunte o porquê). Devemos lembrar, porém, que quando da morte de D. Isabel I, D. Pedro Augusto teria 55 anos, e portanto, de azarão passaria a favorito como resolução da crise. Eis quem seriam os imperadores do Brasil por essa linha:
D. Pedro II – 1841-1891
D. Isabel I 1891-1921
D. Pedro (Augusto)III 1921-1934
D. Teresa I 1934-1990
D. Carlos I 1990- 20??
Há aqui um grande porém. Em 1893, D. Pedro Augusto começa a enloquecer e chegou a ser tratado por Freud. Este diagnosticou que a causa de sua loucura foi sua infância conturbada. D. Isabel I, sua tia, só conseguiu engravidar 11 anos após seu casamento (estranha essa história, não?) e até então ele era o favorito na linha sucessória. Depois de perder o trono para um primo fedelho, veio a Proclamação da República e todas as ambições do rapaz caíram por terra. Porém, talvez, se a Proclamação da República nunca tivese ocorrido, ele estivesse são por essa época. D. Tereza, na verdade, é filha de D.Augusto, irmão de D. Pedro Augusto, já que o rapaz morreu virgem. As informações que encontrei sobre este ramo na Wikipédia são mais escassas e confusas. Vejo que o primogênito de D. Augusto, após a morte de D. Pedro III seria um tal de D. Felipe, nascido em 1901 e que estaria vivo até hoje! Com descendência. Mas por alguma razão (renúncia aos direitos?) ele não aparece como o chefe da casa.
Uma coisa legal de se observar é que quem quer que tivesse sido nosso imperador durante a Segunda Guerra Mundial, ele teria um longo reinado, o que me parece muito chique, dando a idéia de um passado glorioso da nação. Imagina se nosso imperador fosse o tal D. Felipe I, no alto de seus 107 anos, dizendo todo gagá na televisão, "aqueles nazistas filhos da puta, meu filho, eu ajudei a destroná-los". Algo muito másculo e fofo. Sempre achei a monarquia algo másculo e fofo, mas não me peçam para desenvolver este tema.

Minhas preferências:
Está claro que o ramo de Vassouras é o legítimo, mas que diabos de nome para um ramo imperial é esse: “Vassouras”? Por outro lado, Saxe-Coburgo Bragança é um nome danado de chique, mais que isso, caso fosse este o ramo teríamos na história do Brasil duas dinasitias diferentes, o que é bem legal. Mas o brasão dessa família é o ó e consegue ser mais feio que o de Orleães e Bragança. Já o ramo de Petrópolis só gerou Pedros e Pedros e Pedros, muito chato. Por outro lado Saxe-Coburgo é muito obscuro e sua linha sucessória depende de muitos ses. Pelo que nos sobrou a vassourinha.

Refutando Leibniz

Leio algo que já sabia, mas ainda sim espanta. Obama vence entre os eleitores negros e Clinton entre as eleitoras. O povo é tão estúpido que decide escolher alguém como autoridade máxima do seu país baseando-se apenas em critérios estapafúrdios como “X, assim como eu, é negro/mulher”. Vivemos num regime em que o governante é eleito por simpatia. E esse regime político é o melhor que conhecemos. Ê mundinho derrubado.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Kaliningrado




Apenas ontem descobri a existência de Kaliningrado. Se você é burraldo como eu ou como o Word (que não reconhece a palavra “Kaliningrado”) trata-se de uma região administrativa da Rússia que, como se pode ver pelo mapa, está localizada entre a Lituânia e a Polônia, estando ainda separada do restante da Rússia pela Bielorrússia. A cidade mais importante dela é Königsberg, esta mesmo, a única cidade que Kant conheceu. Ela pertencia então a Prússia (acho), fez parte depois da Alemanha da unificação até a Primeira Guerra. Foi então entregue a Polônia e ao fim da Segunda guerra passou para o domínio soviético. A Rússia conseguiu que Kaliningrado permanecesse sobre seu domínio , garantindo assim uma entrada para o mar Báltico.

Desculpem-me este tanto de informação sobre Kaliningrado, mas é que a descoberta do tamanho da minha ignorância foi um momento de epifânia. Sinto que a qualquer momento olharei para o mapa do Brasil e peguntarei "Que que é isso aqui?" "Isso o quê?" "Isso, entre o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul" "Ué, é o condado de Strinjet" "Quê?" "Condado de Strinjet!" "Nunca ouvi falar." "Como não? O Condado de Strinjet! Declarou independência de Portugal em 1799 e nunca mais foi conquistado pelo Brasil ou Portugal." "Hã?" "É, jogaram a copa de 1938, se não me engano, foram eliminados pela Itália." Como diria Paulo Honório: calculem. Este mundo, de fato, é muito perigoso.

terça-feira, 4 de março de 2008

Será?

Quando se observa as últimas ações de Uribe dá até para acreditar que a América Latina tem salvação.

domingo, 2 de março de 2008

Sobre o aquecimento global

Não seria ótimo se o mundo quase acabasse, só para gente poder salvá-lo e bancar os heróis? Mas é só um peido, só um arroto. Acontece toda hora. O mundo é saudável. Senta aí, relaxa, larga essa pretensão boba. E depois são os outros os influenciados pelos blockbusters.