sábado, 22 de agosto de 2009

Melhores Álbuns - 1967



Quando descobri esse álbum ainda morava no Rio. Fiquei hipnotizado pela tristeza de Cohen. Por uns dois meses não conseguia escutar outra coisa. É claro, porque você pensa “vamos escutar esse cd de novo?” e daí você se lembra que o álbum abre com Suzanne, como resistir? O Thiago, meu apêmate, de vez em quando vinha até a batente da porta do meu quarto e comentava “Sai dessa fossa, João. Fica assim não, isso passa.” A tristeza de Cohen é bem-comportada, resignada. Uma tristeza de velho, dum sábio. Uma música simples tocada num violão dedilhado, a voz num meio-termo entre canto e fala, tão suave que parece que vai se dissipar no ar, ao mesmo tempo, firme e clara, cantando letras geniais sobre mulheres ou Cristo. É tudo tão humano. Não poderia haver nome melhor para um álbum; As Canções do Leonardo Cohen.

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