Há algum tempo, folheando livros naquela livraria do Vanessão na UFMG, encontrei uma coletânea de contos infantis de Tolstói. Atrás do livro, na orelha dele, numa introdução, sei lá eu, tinha um textinho contando a seguinte história: Tolstói foi contar uma história para seu netinho de 5 anos. Quando terminou perguntou-lhe se havia gostado. O netinho respondeu que sim, mas que sua babá já havia contado a mesma história antes e que ele preferia a versão dela.
Tolstói então resolveu escrever esta coletânea de histórias infantis, tentando copiar ao máximo o estilo da babá de seu netinho. Lembro de ter lido apenas uma dessas histórias: A tartaruga queria voar. Então ela pediu a águia para levá-la para cima e a soltasse, pois assim ela conseguiria voar. A águia então levou a tartaruga para o céu e a soltou. A tartaruga se esborrachou no chão.
Fiquei pensando que uma história moderna daria um jeito de fazer a tartaruga voar, ela construiria uma máquina, recorreria a uma fada, algo assim. É uma das diferenças de nosso tempo. Eles educavam as crianças para ter contato desde cedo com a realidade, construíam adultos responsáveis. Nós iludimos nossas crianças, construímos uma bolha em volta dela e produzimos adultos cínicos, desiludidos e mimados. Talvez por isso odiemos tanto a realidade e queiramos tanto voltar ao mundo encantado da infância.
Mas enfim, tudo isso só pra dizer que ratatouille vai um pouco na contramão dos tempos modernos, mas não é tão explícito, uma pena. No começo o “anyone can cook” parecia indicar que todo mundo poderia cozinhar, mas no final quer dizer apenas que um bom cozinheiro pode vir de qualquer lugar, não há um tipo definido. Pode ser até um rato.
Eu gostei, viu? É divertido pacas. A cena do crítico Ego comendo o ratatouille (um prato de camponeses) é impagável. Muito bom mesmo. E no fim *spoiler spoiler spoiler* quando Ego deixa de ser o vilão da história e passa ser “um dos nossos” é muito boa também. É um crítico severo, mas honesto. É legal quando o elitismo, embora meio antipático, não apareça como uma posição monstruosa.
Tolstói então resolveu escrever esta coletânea de histórias infantis, tentando copiar ao máximo o estilo da babá de seu netinho. Lembro de ter lido apenas uma dessas histórias: A tartaruga queria voar. Então ela pediu a águia para levá-la para cima e a soltasse, pois assim ela conseguiria voar. A águia então levou a tartaruga para o céu e a soltou. A tartaruga se esborrachou no chão.
Fiquei pensando que uma história moderna daria um jeito de fazer a tartaruga voar, ela construiria uma máquina, recorreria a uma fada, algo assim. É uma das diferenças de nosso tempo. Eles educavam as crianças para ter contato desde cedo com a realidade, construíam adultos responsáveis. Nós iludimos nossas crianças, construímos uma bolha em volta dela e produzimos adultos cínicos, desiludidos e mimados. Talvez por isso odiemos tanto a realidade e queiramos tanto voltar ao mundo encantado da infância.
Mas enfim, tudo isso só pra dizer que ratatouille vai um pouco na contramão dos tempos modernos, mas não é tão explícito, uma pena. No começo o “anyone can cook” parecia indicar que todo mundo poderia cozinhar, mas no final quer dizer apenas que um bom cozinheiro pode vir de qualquer lugar, não há um tipo definido. Pode ser até um rato.
Eu gostei, viu? É divertido pacas. A cena do crítico Ego comendo o ratatouille (um prato de camponeses) é impagável. Muito bom mesmo. E no fim *spoiler spoiler spoiler* quando Ego deixa de ser o vilão da história e passa ser “um dos nossos” é muito boa também. É um crítico severo, mas honesto. É legal quando o elitismo, embora meio antipático, não apareça como uma posição monstruosa.
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