No Roda Viva de alguns meses atrás, Rodrigo Maia, líder nacional do DEM, disse que Sarkozy ganhou a eleição francesa por sua clareza em se posicionar como de direita e conservador. Indagado por um jornalista do porquê o DEM não fazer o mesmo no Brasil, ele disse que por cá não há espaço para um conservadorismo puro, o povo preferiria um candidato mais de centro, com bandeiras da direita e da esquerda.
Ora, isto foi também um pouco o que o PT fez; saiu de uma posição esquerdista para o centro, hasteando bandeiras que antes queimava. Qual o resultado disto então? Políticos profissionais que fazem o que o povo pedir. Não há espaço para projetos nítidos, implementações de políticas coerentes e menos ainda para a coragem de ser, por vezes, impopular. Ao invés disto temos apenas office-boys do povão, esta massa sem cabeça que não sabe nem a hora que está com fome e que quer decidir sobre complexas questões econômicas. É isto mesmo a democracia, né? Esse reino da mediocridade e da estupidez. Este cenário onde estadistas se expressam por meio de metáforas futebolísticas.
Até admito que pode ser tentador defender esse modelo medíocre de democracia, estas políticas baseadas em pesquisas de opinião, afinal, o século XX nos mostrou que não é divertido brincar com extremos e este modelo é, de fato, a melhor maneira de fugir dos tais extremos. Mas vejamos uma dificuldade típica deste sistema. Alguém do povo ou então um empresário incompetente está enfrentando uma dificuldadezinha qualquer e pensa “hm, o governo bem que podia me ajudar”. Ele então reúne um grupinho de pessoas que está enfrentando o mesmo problema que ele e combina ações e petições. O governo, este office-boy temente de perder o emprego para a oposição (que na prática não lhe é oposta a nada, seria mais acurada chamá-la de concorrência), acaba por aceitar tais pedidos. O grupinho passa então a chamar aquelas esmolas de direitos. E isto ocorrendo em vários lugares, em vários ramos. O governo, é claro, aumenta os impostos, inventa mil maneiras de aumentar seu poderio econômico. Tudo para satisfazer sua freguesia.
É possível um liberalismo neste cenário? Conseguir trazer de volta princípios liberais depois que o esquerdismo sentou no trono é muito difícil. Como fazer para as pessoas perceberem que seus “direitos” são os responsáveis diretos por crescimentos econômico medíocres, por uma carga tributária absurda? Poder-se-ia pensar que a relação entre benefícios-impostos seria balanceada pelo eleitor que pensaria “impostos demais, hora de votar num direitista” ou “benefícios de menos, hora para um esquerdista”. Mas isto não ocorre. Expliquemos isto pela última eleição. Alckimin dizia que era a hora de cortar impostos. Existe algum brasileiro que discordaria desta posição? Mas aí ocorria o óbvio, Lula perguntava: “E que gastos você pretende cortar? Você pretende cortar o Bolsa-Família? Você pretende privatizar estatais ou universidades?” Alckimin, baseado nesta concepção mesquinha de democracia, recuava, dizia que bastava gerir melhor que os gastos diminuiriam e, logo logo, poderíamos cortar os impostos. Nem mesmo o povo, com sua habitual parvoíce, pôde acreditar. O que ocorre? Ninguém discorda que é preciso cortar impostos. “Mas que gastos são esses que você pretende cortar? É o meu salário?” pergunta desconfiado o eleitor. E então o que era um ponto pacífico se dissolve. O resultado é claro: o estado não consegue diminuir, só pode aumentar e, assim sendo, nossa liberdade não pode aumentar, apenas diminuir. Cada vez mais e mais. E o pior de tudo: quanto mais o Estado aumenta, mais sem direção ele fica, cada vez mais e mais controlado pelos inconstantes, irrefletidos e superficiais desejos de uma massa ignorante e amorfa.
Ora, isto foi também um pouco o que o PT fez; saiu de uma posição esquerdista para o centro, hasteando bandeiras que antes queimava. Qual o resultado disto então? Políticos profissionais que fazem o que o povo pedir. Não há espaço para projetos nítidos, implementações de políticas coerentes e menos ainda para a coragem de ser, por vezes, impopular. Ao invés disto temos apenas office-boys do povão, esta massa sem cabeça que não sabe nem a hora que está com fome e que quer decidir sobre complexas questões econômicas. É isto mesmo a democracia, né? Esse reino da mediocridade e da estupidez. Este cenário onde estadistas se expressam por meio de metáforas futebolísticas.
Até admito que pode ser tentador defender esse modelo medíocre de democracia, estas políticas baseadas em pesquisas de opinião, afinal, o século XX nos mostrou que não é divertido brincar com extremos e este modelo é, de fato, a melhor maneira de fugir dos tais extremos. Mas vejamos uma dificuldade típica deste sistema. Alguém do povo ou então um empresário incompetente está enfrentando uma dificuldadezinha qualquer e pensa “hm, o governo bem que podia me ajudar”. Ele então reúne um grupinho de pessoas que está enfrentando o mesmo problema que ele e combina ações e petições. O governo, este office-boy temente de perder o emprego para a oposição (que na prática não lhe é oposta a nada, seria mais acurada chamá-la de concorrência), acaba por aceitar tais pedidos. O grupinho passa então a chamar aquelas esmolas de direitos. E isto ocorrendo em vários lugares, em vários ramos. O governo, é claro, aumenta os impostos, inventa mil maneiras de aumentar seu poderio econômico. Tudo para satisfazer sua freguesia.
É possível um liberalismo neste cenário? Conseguir trazer de volta princípios liberais depois que o esquerdismo sentou no trono é muito difícil. Como fazer para as pessoas perceberem que seus “direitos” são os responsáveis diretos por crescimentos econômico medíocres, por uma carga tributária absurda? Poder-se-ia pensar que a relação entre benefícios-impostos seria balanceada pelo eleitor que pensaria “impostos demais, hora de votar num direitista” ou “benefícios de menos, hora para um esquerdista”. Mas isto não ocorre. Expliquemos isto pela última eleição. Alckimin dizia que era a hora de cortar impostos. Existe algum brasileiro que discordaria desta posição? Mas aí ocorria o óbvio, Lula perguntava: “E que gastos você pretende cortar? Você pretende cortar o Bolsa-Família? Você pretende privatizar estatais ou universidades?” Alckimin, baseado nesta concepção mesquinha de democracia, recuava, dizia que bastava gerir melhor que os gastos diminuiriam e, logo logo, poderíamos cortar os impostos. Nem mesmo o povo, com sua habitual parvoíce, pôde acreditar. O que ocorre? Ninguém discorda que é preciso cortar impostos. “Mas que gastos são esses que você pretende cortar? É o meu salário?” pergunta desconfiado o eleitor. E então o que era um ponto pacífico se dissolve. O resultado é claro: o estado não consegue diminuir, só pode aumentar e, assim sendo, nossa liberdade não pode aumentar, apenas diminuir. Cada vez mais e mais. E o pior de tudo: quanto mais o Estado aumenta, mais sem direção ele fica, cada vez mais e mais controlado pelos inconstantes, irrefletidos e superficiais desejos de uma massa ignorante e amorfa.
Um comentário:
o mainardi ficaria orgulhoso se conhecesse seu blog.
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