sábado, 11 de abril de 2009

Melhores Álbuns - 1994


Às vezes uma capa diz muito. Olhe para isso acima. Não é pior que muita capa de bandinha independente de hardcore goiano? Esse é o sétimo disco da banda. Até aqui eram desconhecidos do público americano e mundial, idolatrado apenas pelo seus conterrâneos de Ohio. Como a grande maioria das pessoas, descobri a banda por esse álbum. Eles certamente poderiam fazer uma capinha melhor e um álbum mais produzido. A primeira vez que ouvi pensei ‘que desperdício!’. Parecia-me uma coleção de grande músicas inacabadas. Que custava ficar mais um mês no estúdio arredondando tudo? Concordava então com a opinião de Robert Christgau, que deu apenas um B- para o álbum: “Na maioria dessas 20 faixas em 36 minutos, as melodias emergem se você insistir nelas, mas elas são avacalhadas por múltiplas irritâncias. As letras são deliberadamente obscuras, as estruturas deliberadamente reduzidas, os vocais uma coleção de anglofilia-no-banheiro (...) algumas gravações não são apenas os primeiros takes, mas a primeira vez que tocam a música.” Depois de escutar algumas vezes, porém, percebe-se a besteira de Christgau. O álbum é perfeito, grandioso a sua maneira. Percebe-se que qualquer acréscimo seria um fru-fru desnecessário, mera retórica, uma tentativa de nos engabelar. A essência da música está ali e não são os adornos que a melhorariam. Mais uma vez, honestidade e pretensão. Sim, pretensão. Guided by Voices não me engana, por trás de toda essa displicência há a pretensão de fazer a música mal-gravada e mal-tocada mais genial da história do rock. E as bandas punk que me perdoem, mas eles conseguiram.

Ps. 1994 foi o ano de mais difícil escolha. Concorriam com esse o Crocked Rain Croocked Rain do Pavement e o Blue Álbum do Weezer. A decisão foi por um nariz. Talvez mude de idéia algum dia.

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