segunda-feira, 6 de abril de 2009

Voegelin e o Nilo

Voegelin nos fala das antigas sociedades do Oriente Médio, de como suas simbolizações cosmológicas e seus interesses por astronomia os levaram a uma divisão quartenária do céu e da terra debaixo dele (Leste, Oeste, Norte, Sul ou os proclamados Imperadores dos quatro cantos do mundo) e então se pergunta sobre a exceção do Egito e sua preferência por construções binárias (Norte-Sul, Paraíso-Terra, pares de deuses). Por que os egípcios constituiriam exceção? Voegelin chega à conclusão de que a culpa era do rio Nilo, aquele rio imenso atravessando e alimentando o deserto desde o começo dos tempos. O Nilo era uma experiência tão imponente que desbotava outros tipos de experiência (mesmo a do Deus-Sol) e todos só conseguiam pensar em termos de contra-corrente x seguindo o fluxo. Não me parece muito preciso esse raciocínio, mas é poético que só.

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