Voegelin escreveu isso em 1952, mas bem que poderia ser sobre Bush:
“A nossa própria política exterior foi um fator de agravamento da desordem internacional através do seu propósito, sincero mas ingênuo, de curar os males do mundo pela disseminação das instituições representativas, no sentido elementar, em áreas em que as condições existenciais necessárias ao seu funcionamento não se faziam presentes. Esse provincianismo, persistente mesmo face às suas conseqüências, é, em si mesmo, um problema interessante para o cientista. As estranhas políticas das potências democráticas ocidentais, que levaram a guerras contínuas, não podem ser explicadas pelas fraquezas dos estadistas considerados individualmente – embora tais fraquezas sejam demasiado evidentes. Elas são, antes, sintomáticas de uma resistência geral a encarar a realidade, fortemente enraizadas nos sentimentos e opiniões das grandes massas das nossas sociedades ocidentais contemporâneas.”
Essa é a crítica conservadora standard às guerras do governo Bush e, claro, compartilho desse ponto de vista. No entanto, sempre evitei criticar o governo Bush durante sua existência. A razão é simples. Há dois problemas mundiais sérios na contemporaneidade: o terrorismo islâmico e a construção de bombas atômicas por países não-confiáveis. Bush tratou do primeiro problema de maneira errada, mas ao menos tratou do problema. Enquanto isso França e Alemanha criticavam os EUA. Mas o que eles fizeram quanto a esse problema? Nada. Que soluções apontaram? Nenhuma. Agem como se o problema não fosse deles também. Quanto ao segundo problema, os EUA, mais por pressão externa que qualquer outra coisa, não entraram em guerra contra Irã e Coréia do Norte, ficaram só na base das negociações diplomáticas, como queriam franceses e alemães. Falando mais claramente, o problema da construção de bombas atômicas por países não-confiáveis não foi tratado mal, ele simplesmente não foi tratado. O resultado disso todo mundo pode ver. As soluções apontadas por França, Alemanha e também pelos brasileiros, são ainda mais infantis e irresponsáveis que a de Bush. Vivemos num mundo tal que um político que comete um erro denunciado há mais de 50 anos atrás como ingênuo e estranhamente persistente, um político sabidamente medíocre era, para usar uma expressão corrente em Belo Horizonte, “o melhor que tava tendo”, unicamente pelo fato de que, ao menos, ele fazia alguma coisa, enquanto todo o ocidente simplesmente renunciava à sua obrigação moral de ser também um mantenedor da ordem internacional.
“A nossa própria política exterior foi um fator de agravamento da desordem internacional através do seu propósito, sincero mas ingênuo, de curar os males do mundo pela disseminação das instituições representativas, no sentido elementar, em áreas em que as condições existenciais necessárias ao seu funcionamento não se faziam presentes. Esse provincianismo, persistente mesmo face às suas conseqüências, é, em si mesmo, um problema interessante para o cientista. As estranhas políticas das potências democráticas ocidentais, que levaram a guerras contínuas, não podem ser explicadas pelas fraquezas dos estadistas considerados individualmente – embora tais fraquezas sejam demasiado evidentes. Elas são, antes, sintomáticas de uma resistência geral a encarar a realidade, fortemente enraizadas nos sentimentos e opiniões das grandes massas das nossas sociedades ocidentais contemporâneas.”
Essa é a crítica conservadora standard às guerras do governo Bush e, claro, compartilho desse ponto de vista. No entanto, sempre evitei criticar o governo Bush durante sua existência. A razão é simples. Há dois problemas mundiais sérios na contemporaneidade: o terrorismo islâmico e a construção de bombas atômicas por países não-confiáveis. Bush tratou do primeiro problema de maneira errada, mas ao menos tratou do problema. Enquanto isso França e Alemanha criticavam os EUA. Mas o que eles fizeram quanto a esse problema? Nada. Que soluções apontaram? Nenhuma. Agem como se o problema não fosse deles também. Quanto ao segundo problema, os EUA, mais por pressão externa que qualquer outra coisa, não entraram em guerra contra Irã e Coréia do Norte, ficaram só na base das negociações diplomáticas, como queriam franceses e alemães. Falando mais claramente, o problema da construção de bombas atômicas por países não-confiáveis não foi tratado mal, ele simplesmente não foi tratado. O resultado disso todo mundo pode ver. As soluções apontadas por França, Alemanha e também pelos brasileiros, são ainda mais infantis e irresponsáveis que a de Bush. Vivemos num mundo tal que um político que comete um erro denunciado há mais de 50 anos atrás como ingênuo e estranhamente persistente, um político sabidamente medíocre era, para usar uma expressão corrente em Belo Horizonte, “o melhor que tava tendo”, unicamente pelo fato de que, ao menos, ele fazia alguma coisa, enquanto todo o ocidente simplesmente renunciava à sua obrigação moral de ser também um mantenedor da ordem internacional.
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