segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Pensem em Guided by Voices, Weezer, Beck, PJ Harvey, Pixies, Sonic Youth, Nirvana, Pavement, Flaming Lips, Superchunk, Smashing Pumpkins, Bjork, Blur.

Agora pensem em Interpol, Strokes, White Stripes, Sigur Rós, Libertines, Kaiser Chiefs, Arcade Fire

É impressão minha ou há uma mudança de perfil entre os músicos das bandas de rock dos anos 90 e as do começo do milênio? Acho que seria amigo dos músicos dos anos 90, mas não do dos anos 2000. Os noventistas eram mais relaxados, vestiam roupas que todo mundo veste e quase não se diferenciavam das pessoas comuns. Não queriam ser um grupo identificável, como são os emos e os rappers hoje, ou já foram os punks e os góticos. Já os bimilenaristas fazem exatamente isso, se vestem de um determinado modo, são uma espécie de emos pretensiosos. Nos anos 90, a pretensão era a última coisa com que os roqueiros queriam estar ligados. Tenho a sensação que os músicos dos anos 90 tocavam por prazer, e os dos anos 2000 tocam por pretensão artística.

Não. Ainda está confuso, deixem-me explicar melhor. Pensem, por exemplo, no Radiohead. Sem dúvida, musicalmente, uma das bandas mais pretensiosas dos anos 90 e 2000. Porém, você olha para o Tom Yorke e ele parece ser um cara gente fina que cumprimenta, ainda que apenas de longe, os fãs na rua. Se eu contasse uma piada meio sem graça para ele tenho a impressão que sorriria por educação. Agora pensem nos Strokes. Os caras tocam um rock garageiro, sem muita pretensão. E, no entanto são muito mais posudos que os músicos do Radiohead. Se contassem uma piada sem graça provavelmente fariam um comentário sarcástico. Enfim, Strokes são rockstars. Dificilmente diríamos o mesmo do Radiohead.

- Mas João Paulo, que importância tem isso? O que importa é se a música é boa ou não.

- Sim, eu sei. É verdade. Foi só um comentário aleatório

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