1905. O estudante de física Charles B. Rice estava sentado em frente a sua pequena escrivaninha, a cabeça entre as duas mãos, seus dedos entre seus lisos fios de cabelo, perplexo diante de um papel. Já fazia 12 dias que ele não encostava a sua caneta nem nesse papel nem em nenhum outro. Não havia mais tempo para desculpas e aferições. Era preciso encarar o seu professor.
Na parte de baixo desse papel estava escrita a seguinte equação que concluía todas as contas anteriores:
Na parte de baixo desse papel estava escrita a seguinte equação que concluía todas as contas anteriores:
S.i + t.oIo = √ i – ( 1-k)
Este post é sobre essa equação. Essa equação e toda a mudança que ela causou e causará não só no mundo da física e da ciência em geral, mas também na vida de pessoas comuns que nada entendem e nem querem entender do mundo mágico da física.
Bem, se você parou os seus olhos por ao menos um segundo nessa equação, que depois ficou conhecida como a “equação de Rice”, deve estar se perguntando a mesma coisa que perguntava o doutor em física temporal Shoockius, orientador de Rice, naquela trágica manhã de 13 de setembro:
- Que diabos quer dizer isso daqui? – perguntava Schoockius apontando para o símbolo "oIo"
Oh! Pobre Rice! Sem dúvida teria sido um cientista brilhante. Porém, um destino trágico o espera a poucas linhas. Rice conseguiu sua bolsa de estudos depois que Schoockius a pediu ao departamento de sua faculdade quando demonstrou que suas experiências e equações apontavam para o fato de a concepção clássica de espaço e tempo newtonianos, bem aceita a ponto de ser tida como óbvia e indiscutível, estaria equivocada. Rice, que acima de tudo demonstrava enorme facilidade para complicados cálculos matemáticos, foi o escolhido para tentar isolar a variável t (de tempo, obviamente) da gigantesca equação inicial.
Schoockius não conseguia esconder a sua cara de espanto enquanto ouvia a explicação de seu aluno:
- Trata-ta-ta-se de um pinto. Não se-sei como como ele se enfiou-ou aí nessa equaçção. Ma-ma-mas professor... o fato é que ele de repente apareceu aí. É um resultado lógico decorrente de uma análise minun-nun-nunciosa. Eu não posso fazer nada.
Rice tinha motivos para ficar tão nervoso. Schoockius era conhecido por ser um brilhante cientista, altamente influente no mundo acadêmico. E também por ter um gênio terrível. Contavam-se histórias de que ele já teria batido na cara de alguns de seus alunos. E algumas dessas histórias eram verídicas. A expressão de Schoockius variou entre o espantado, o furioso e o de uma indiferença provocada pela descrença. Rice dependia diretamente da bolsa, vinha de família pobre e o seu pai, um comunista ignorante e orgulhoso, não aceitava o fato de seu filho desejar uma outra vida que a de um proletário. Depois de uma discussão, ele passou a não dar mais nenhum tostão para Rice, que a partir de então se viu obrigado a andar sete quilômetros até a faculdade todos os dias. Aquela bolsa havia caído do céu, sem ela Rice sabia que teria sido impossível continuar estudando.
Schookius sabia de tudo isso. E por essa razão disse num sorriso sarcástico enquanto balançava a cabeça:
-Você é mesmo um idiota.
Schoockius não sentiu dó. Sabia do potencial de Rice, mas diante de tanta idiotice fez aquilo que considerava a única coisa possível de ser feita: o desligamento de Rice de sua bolsa de pesquisa.
Rice suicidou-se três semanas depois.
O destino, porém, não foi tão injusto com a memória de Rice. Chegado dezembro do ano de 1905 Schoockius retomou pessoalmente a pesquisa interrompida pelo afastamento do bolsista Rice e, adivinhem só, chegou a mesma conclusão deste: de fato, havia um pênis na equação.
Schoockius procurou retomar o contato com Rice. Apesar de seu gênio difícil, Schoockius não era exatamente um homem orgulhoso. Estava decidido a implorar por desculpas e pagar Rice do seu próprio bolso para que este continuasse a pesquisa, uma vez que sua bolsa já havia sido cancelada. Sentia, corretamente, que tinha nas suas mãos algo decisivo, que mudaria para sempre o rumo da ciência. Schoockius queria, mais do que tudo, aprender com o seu rejeitado pupilo. Informado pela mãe de Rice do triste fim do garoto, Schoockius saiu aturdido da casa de seu ex-aluno. Ele publicou então os resultados de suas pesquisas e desligou-se do departamento, vindo a trabalhar nas mais diversas profissões.
Matemáticos, físicos e lógicos do mundo inteiro foram chamados para tentarem resolver o problema. Greenwood, famoso por suas descobertas no campo da matemática improvável, foi o primeiro a validar a bizarra equação de Rice. Empolgadíssimo, iniciou seus estudos nessa nova área. Conta-se que seu empenho foi tão absurdo que ele passou dois meses e meio trancado, comendo e dormindo no seu gabinete em Boston, abandonando temporariamente o seu lar.
Greenwood trabalhava com duas hipóteses. A primeira era de que se tratava de todos os pênis de todos os homens de todos os tempos. A segunda era de que o pênis da equação representava o conceito universal de pênis, uma espécie de “penidade”. Sócrates depois de sair da caverna chamado pela brilhante e bela luz do sol do Mundo Real, depois de acostumar a sua vista com tamanha claridade, e de se maravilhar com o Mundo Real, o Mundo das Idéias e dos Conceitos, percebeu escondido atrás de uma Idéia de Árvore, a idéia do Pênis. O Pênis em-si. O pênis enquanto ente. Depois daquilo, Sócrates nunca mais quis saber de Alcebíades, pronunciando, dias a frente, o seu famoso discurso no Banquete. Era tal Pênis que estaria representado na equação.
Peyrere foi um outro acadêmico importante deste período envolvido na questão. Ele trabalhava com a hipótese de que o pênis da equação era o pirulito do próprio espaço-tempo. Mesmo tendo ele próprio abandonado essa hipótese já no fim de 1908, seu trabalho principal sobre o tema “General appointments about the life and death of the Space-Time´s Penis” é altamente influente até os dias de hoje. Nele estava desenvolvida a tese de que o tal Space-Time´s Penis estava para morrer.
Quase todos os cientistas riram desse trabalho de Peyrere. A idéia de um pênis do espaço-tempo era tão absurda que o detalhe da morte eminente de tal pênis passou desapercebido. Foram ignoradas as várias provas físicas e matemáticas levantadas por tal cientista, que demonstravam realmente o fim próximo do Pênis Espaço-Temporal, seja lá o que isso fosse ou acarretasse.
Quase todos os cientistas riram.
Michel Cappel, até então um desconhecido lógico-urologista, apontou a direção para onde todos iriam seguir: tratava-se de um pênis individual. Ao ler o pequeno artigo de Cappel sobre o assunto, um click estala na cabeça atormentada do pobre Greenwood. A partir de várias equações da qual o estudo anterior lhe foi muito útil, Greenwood chegou às datas de nascimento e morte do pênis em questão: 25/03/1983 e 28/11/2042. O ano era 1907 e levou cerca de quinze anos até que as idéias de Greenwood fossem aceitas pela maioria dos cientistas.
Bem, aqui estamos: dezenove de março de 2008, o dia da Revelação. Quem vos fala é João Paulo de Oliveira Teixeira, o homem que carrega entre as pernas o Pênis Espaço-Temporal. Morrerei em breve, 2042 é logo ali. Não se sabe o que ocorrerá então. O mais provável, segundo os cientistas, é que o universo desintegre juntamente com meu pênis. Lamento. Vocês podem não acreditar, mas é triste carregar consigo tamanha responsabilidade. Mas enfim, este não é o ponto. O ponto é este: não percam tempo, garotas: venham conhecer já o Pênis Espaço-Temporal, o único que se escreve com maiúsculas. Utilizem a caixa de comentários, estarei entrando em contato com todas vocês, agendando um horário que nos for conveniente. Até mais, beijos.
Um comentário:
uhauhauauhauhauauhuhauhahuauhauhauhauauhauhauhauauhauhauhauhuahuahauhuah
cara, eu realmente estou rindo muito.
e não. não me candidato a conhecer a criança.
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