Um texto numa língua estrangeira, sobre um tema nunca antes estudado, parágrafos longos, sem um único substantivo concreto, sem nenhuma palavra cujo referente seja algo para qual pudéssemos apontar e dizer “é isso aqui ó”, breves referências a outras teses, e mais outra, e mais outra, numa única linha três tese citadas, cada tese correspondendo a um livro, a um semestre de estudo, uma tese de um autor estudado cinco anos atrás, uma outra que irresponsável e imperdoavelmente ainda não estudamos e que temos de inferir ou imaginar, ou pior, uma tese que já estudamos mas não compreendemos e que temos de supor, levantar hipóteses de interpretação, hipóteses que vão sendo derrubadas uma depois da outra, orações cujo sentido não se apreende na primeira tentativa, é necessário lê-las e relê-las e de novo e de novo até que o sentido se torne mais ou menos claro, até que percebamos que o significado completo de tudo aquilo depende da compreensão de uma outra teoria, que desconhecíamos completamente. As costas se adensam, os músculos se tornam tão rígidos que uma boa machadada nada poderia fazer além de nos tirar pequenas lascas.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
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2 comentários:
Ninguém mandou estudar Leibniz.
aff...
acho que sei como é isso.
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