quinta-feira, 11 de junho de 2009
Melhores Álbuns - 2005
Uma vez, pesquisando coisas sobre o Animal Collective na internet, descobri que o Panda Bear, um dos líderes da banda, era formado em religião. Estranho, não, um roqueiro formado em religião? Qual foi então minha reação? Surpresa? Espanto? Nada disso, foi um eu já sabia! Ouvindo esse álbum, relacionava-os com místicos medievais dizendo “Eu quero tudo! Eu gosto de tudo! EU AMO TUDO! Eu quero mais tudo!” As músicas são de uma energia e alegria impressionantes, e há vários momentos em que eles parecem querer colocar todos os sons possíveis, tudo de uma vez, numa explosão um tanto mística. Talvez o álbum todo possa ser sintetizado numa frase gritada em The Purple Bottle: Silence is a bore! Não é à toa que a capa desse álbum contém um tanto de crianças. À sua maneira, esse álbum é também uma criança sempre correndo, sempre fazendo algo, agitada de uma maneira incompreensível e inacreditável. Se você olhar a estrutura do álbum verá lá, são nove músicas, mas a terceira, a quinta, a sétima e a oitava faixas são como intervalos. Não que sejam más músicas (pelo contrário, são prazerosas como uma boa dormida), mas são intervalos em que se descansa, como crianças que dormem logo que ficam quietas. É que o corpo não agüenta tanta alegria, tanta emoção, tanta novidade... é preciso descansar também, dormir; por que amanhã tem mais.
É comum ouvirmos grandes álbuns com músicas melancólicas ou mesmo depressivas. Há também várias grandes bandas agitadas, com som animado. Alguns outros são mesmo histéricos. Mas verdadeiramente feliz? Só conheço o Animal Collective, nesse álbum e no posterior, o também ótimo Strawberry Jam. Nesse ele canta o amor, no outro a infância. Mas a comparação com a criançada ainda se mantém, pois o amor deixa todo mundo meio criança, não? É como se descobríssemos o mundo de novo.
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