segunda-feira, 30 de março de 2009

Melhores Discos - 1997


Listas com os melhores discos são sempre muito melhores que as listas com os melhores filmes. Por alguma razão, as listas de filmes são sempre convencionais, batidas. Encontrar uma em que Cidadão Kane não esteja no topo é mais difícil que acertar na Mega Sena. Não que Cidadão Kane não seja um grande filme, claro. Mas, caramba!, há milhares de outros grandes filmes, só que, por alguma razão, dizer que prefere algum outro filme a Cidadão Kane é um pecado mortal. O infeliz que tiver o desplante de dizer isso em público será taxado por todos como alguém que não entende minimamente de cinema. Nas listas de música não, sempre cabe uma surpresa, as pessoas estão mais dispostas a revelar quais discos elas consideram sub ou supervalorizados.

Por isso mesmo não entendo certas pessoas que criticam listas “Faltou isso! Faltou aquilo! E isso aqui? Uma porcaria! Como pode estar na frente deste outro?” Poxa, se não gostaram da lista que façam as suas.

Comecei a escutar música meio tarde, em 1998, quando tinha 15 anos. OK Computer foi um dos primeiros álbuns que comprei, se não me engano o quinto. São quase 11 anos ouvindo sem cansar essa maravilha, essa pequena prova a posteriori da existência de Deus (ou você acha que simples seres humanos conseguiriam fazer isso?). Claro que rola um apego sentimental. Tinha comprado o álbum, ouvido algumas vezes, quando li que uma revista qualquer, acho que a Q, não sei, declarou esse o melhor álbum de todos os tempos. No alto da minha experiência de uns 5 álbuns, concordei. Ainda concordo.

Por isso e muito mais, não consigo entender alguns infelizes que, ao fazerem uma lista com os melhores álbuns de 97, não colocam OK Computer em primeiro lugar! Um absurdo! Um sacrilégio! Esse desgraçado só está aí querendo arrumar polêmica, confusão, chamar a atenção! Um absurdo! Deveria ser pendurado de ponta cabeça e torturado até confessar que fez isso de sacanagem, que OK Computer é, claro, o melhor álbum de 97, senão de todos os tempos (vejam, eu não sou mau, sou apenas justo; não quero impor aos outros a minha opinião, quero apenas que os que mentem, dizendo discordarem de mim, confessem que na verdade não discordam, que estavam só de palhaçada mesmo e que isso é muito feio).

Ps1: sei que escrevi, escrevi e acabei por não falar nada do álbum. Bem, é difícil falar. Músicas como Airbag, Paranoid Android, Let Down, Karma Police ou Lucky... dizer o quê? É como se fosse tudo clímax, inclusive as paradinhas, tudo, tudo é perfeito. A gente ouve e acaba por desejar que a música não passasse, que ficasse só naquela parte, para sempre. É absurdo, mas tem esse efeito em mim.

Pensando aqui enquanto escrevo tudo isso, acho que descobri por que gosto tanto desse álbum. Além, é claro, dele ser excelente. É o clima dele. Clima de preguiça-de-viver-nessa-época-escrota-automática-ridícula-estúpida-me-tira-daqui-Deus-meu! Ia escolher as faixas que representam melhor o clima mas eu acho que são todas mesmo, não? Até o título do álbum. Esse clima sou eu também, é um pouco a música que toca em mim. Anos de convivência. This is what you get when you mess whit us.

Ps2: Sim, ainda estou sob a influência do show.

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