Alexandre Soares Silva já disse isso: o grande defeito da música popular brasileira é que lhe falta testosterona
Por alguma razão, instituiu-se no Brasil que música é coisa de mulher e que homem só gosta de música na medida em que gosta de mulher. Que homem já não ouviu de algum amigo um “vamos para tal lugar, lá toca tal tipo de música, mas enche de mulher”.
Por alguma razão, instituiu-se no Brasil que música é coisa de mulher e que homem só gosta de música na medida em que gosta de mulher. Que homem já não ouviu de algum amigo um “vamos para tal lugar, lá toca tal tipo de música, mas enche de mulher”.
A música é apenas o segundo motivo para o menino aprender tocar um instrumento. A mulherada é o primeiro.
Por exemplo, pense na música rural. Nos EUA temos o folk e a country music, dois estilos de música bastante masculinos. Quando pensamos no Brasil, porém, a música sertaneja é a mais feminina das femininas. Só mulher pode agüentar homem chorando e ainda achar lindo...
Vejam só, todo tipo de música brasileira depois da década de 60 é feminina. Seja mais culta, seja fácil e popular, sempre feminina. MPB? Feminino. Axé Music? Feminino. Pagode? Feminino. Até o rock brasileiro é feminino! Skank, Pato Fu, Capital Inicial, Páralamas do Sucesso, Los Hermanos... tudo feminino.
Observem, por exemplo, as pessoas reagindo à música. Pensem no É de Gonzaguinha. Aqueles braços esticados, os dedos apontados para cima, o samba lento nos pés, o sorriso no rosto, os olhos abertos te olhando diretamente, sinceros. É uma pose feminina. Não digo que seja gay. Pose gay e pose feminina são diferentes. Um homem nessa pose não fica gay, fica apenas feminino.
Isso se deve especialmente por o Brasil ser um país feminino. Pense, por exemplo, nas várias mulheres brasileiras que tiveram casos com estrangeiros e quão raro é que homens brasileiros tenham caso com estrangeiras. Somos demasiados femininos, não conseguimos excitar as gringas acostumadas com homens mais másculos. Por isso também, nossas mulheres ficam loucas quando um gringo desce do avião. E pela mesma razão nossas mulheres fazem sucesso lá fora: demasiado femininas.
Sem dúvida alguma, uma das coisas que mais chocaram no funk carioca da “segunda geração” (o da primeira – eu só quero é ser feliz...- é ainda bem feminino) é o fato dele ser masculino. Aliás, é revelador que quando façamos música masculina o resultado é algo tão agressivo e bárbaro como o funk carioca. Isso também diz muito de nossa personalidade. Reprimimos e negamos tão fortemente nosso lado masculino que ele só pode aparecer dando buuuuu, como um monstro-de-baixo-da-cama, subterrâneo, sujo, perigoso, indecente, destruidor, tristemente incontornável. Temos uma relação doentia com a nossa masculinidade.
2 comentários:
Efeito Elis!
Cara, posso falar uma coisa?
Vai tomar no centro do teu cu.
Obrigado.
Postar um comentário