domingo, 1 de março de 2009

Melhores Discos - 1990





Dizem os críticos que nesse disco o Sonic Youth começa a deixar o experimentalismo barulhento de lado e parte para um álbum mais “comercial”. Detalhe: o disco deve ter uns oito minutos de microfonia. Mas enfim, o fato é que Sonic Youth com esse álbum foi para um selo maior e fizeram, de fato, algum sucesso comercial. Mas não vejo nenhuma diferença significativa em termos de “comerciabilidade” entre esse álbum e o Sister, de três anos antes (Adendo: Goo e Sister são meus álbuns preferidos do Sonic).

Goo foi meu primeiro álbum do Sonic Youth, tenho ainda essa relação sentimental com ele. Lembro de ter levado esse álbum ao colégio e mostrado para os meus amigos o início das faixas 2 e 5 (Tunic e Mote respectivamente). Meu intento era chocá-los. Consegui.

As guitarras continuam altas e distorcidas, a afinação dos instrumentos continua aquela coisa louca de sempre, o ritmo é rápido, mas os vocais um tanto frios, como de alguém numa crise de introspecção (mas há exceções, como as animadas Mary-Christ e My Friend Goo). Suspeito que o consumo de drogas deve ter sido pesado. Aliás, há algumas frases impressas na capa do disco que nos ajuda a entrar no álbum: “Roubei o namorado de minha irmã. Foi ducarái, véi*. Em uma semana matamos os meus pais e pegamos a estrada” e também “Nada... batom, um pouco de sangue”. Coisa linda mesmo. Em termos de rock mais pesado, quase nada supera Sonic Youth e esse Goo.

Gema quase-irretocável: Mote (só não é irretocável por conta daquele tanto de barulho no final. Precisava? E ainda vêm me reclamar da comerciabilidade do álbum).

Outras grandes músicas: Dirty Boots, Kool Thing, Disappearer e Cinderella’s Big Score

Piorzinhas: Mildred Pierce e Scooter + Jinx
* Tradução corrigida por um amigo.

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